quarta-feira, janeiro 02, 2008

como crianças...




vivíamos como se fossemos imortais. talvez. algo de nós, pelo menos, seria imortal. pensávamos assim, como crianças que não acreditam que o que amam pode morrer. para sempre, pensam. as crianças também perdem a inocência e a realidade impõe-se-lhes. um dia. um dia qualquer daqueles em que ainda pensam que… pensam, pois. como nós pensávamos. continuamos a pensar tanta coisa… mas o que pode comparar-se a ser imortal? a ser para sempre, como seres que escapam às leis dos homens. ou dos deuses? bah… que se lixem os deuses. não me dizem mais do que o que sei. que é limitado, concerteza. os deuses mandam-me conformar à finitude. a não aspirar nada para sempre. mas eu sei. para sempre é só enquanto um pedaço de nós ainda se assemelhar às crianças. enquanto acreditarmos que o que amamos não morre.

20 comentários:

ruth ministro disse...

Sem dúvida. Excelente texto.

Um Feliz 2008 para ti :) Beijinhos

hfm disse...

Deixemos que a criança continue a sorrir dentro de nós. Bom ano!

Berta Helena disse...

São elas o melhor do mundo...

ContorNUS disse...

na autenticidade...

apreciei cada palavra e voltarei...

Bom 2008 na continuidade dessa escrita excelente ;)

Manuel Veiga disse...

somos imortais. de asas de cera...

como anjos (ou crianças) caídos!

belíssimo texto!

Pedro Branco disse...

Queria poder voltar a não pensar. Só sentir. E seguir em frente. Nos caminhos e nos afectos de todos os dias. Sem esta obrigação que é termos que nos socializar... Ou será que não haverá uma sociedade que pudesse ser diferente?
2008 servirá para pensar nisso. Seguramente.

Joana Roque Lino disse...

bom regresso, Maria Laura, belo texto, como o teu escrever inicial já deixava adivinhar. fico curiosa com a continuação. beijos

oskar disse...

ai a minha pequenez...
jogavamos jogos inocentes...
o impio espaco seria eterno...
era como morar durante horas numa cabana oculta ...so vista por nos...na lembranca um cao malhado que ladrava entre as arvores de fruto...era dia de chinchada...termo de bairro...que tds esperavamos....eramos tao criancas a vida nem chegava a ser misterio...tinha uma rainha...mas para varias eu era um tarzan dos macacos...tempos em que isto era elogio...tds queriam ser a jane...mas a sofia...hoje ja nao a reconheco se a vir...mas lea sera sempre eterna!!!beijo...isto hoje e so recordar!!!gostei muito!!!

Gi disse...

Somos enquanto acreditarmos, enquanto não a deixarmos morrer.
Gostei de te ler Laura. Belo começo

Um beijo

Licínia Quitério disse...

belo texto. foi a criança que to ditou? :))

beijinho.

~pi disse...

exactamente assim: um dia a cabeça bate na parede: a vida revela-nos que amar nunca basta: que jogar e matar é essencial à sbrevivência.

caso pretendas sobreviver, claro...

mena maya disse...

Maria Laura, belíssimas palavras que tanto me sensibilizaram!

Que nunca percamos a criança que fomos, amemos enquanto vivemos. Para sempre seremos nos coracões dos que tocámos com o nosso amor!

... disse...

Mas que prosa...!

M. disse...

Não conseguimos desfazer-nos da criança que subsiste em nós. Para o bem e para o mal.

un dress disse...

ser pequeno: algo que cada vez mais volta a ocupar o seu lugar em nós

na proporção do tempo que passa...



se deixarmos claro...:)

deste-me uma ideia de post, fizeste-me lembrar um poema de ruy belo.



beijO

Marinha de Allegue disse...

Fermosas palabras.

Feliz Ano 2008!!!.
Unha aperta.
:)

Ad astra disse...

Enquanto acreditarmos....


Um beijo, e um bom 2008 cara amiga

ROSASIVENTOS disse...

há-de formar-se a enorme cadeia de sons com que te quero falar
aguardo como se eu fosse dias
e estes se sucedem interminavelmente para além de mim
já se pressente
peço-te

Oliver Pickwick disse...

O céu, na fotografia, ocupando grande parte da paisagem acima da linha do horizonte, sugere algum tipo de eternidade.
Por outro lado, Maria Laura, concordo eu também acredito que aquilo que amamos não morre.
Beijos, e um bom Domingo"

eduardo jai disse...

Bonito.
Real.

Gostei da tradução em palavras.