Construímos refúgios que pensamos seguros, abrigados, santuários em que nada nos pode magoar. Talvez apenas lugares de fuga de uma vida demasiado cheia de caminhos acidentados. A eles voltamos sempre que possível para, da doçura que aí paira, tirarmos forças novas. Funcionamos assim até que as paredes do refúgio começam a abrir brechas. E remendamos, remendamos até tudo parecer seguro novamente. Mas as brechas estão lá. Profundas. Um dia, reparamos nas paredes rugosas, nos ventos que entram e sentimo-nos desconfortáveis. Ainda assim, tentamos consertar o que é possível. Mas é tarde demais. O refúgio já não o é. Sabemos então que é hora de partir. Para os caminhos acidentados até que, nalgum recanto, seja possível encontrar, de novo, santuário.
[Para mim, não é hora de partir daqui, mas de fazer um intervalo. Uma parte das férias. Volto lá para meados do mês de Agosto. Boas férias a todos!]