domingo, janeiro 20, 2008

Notas no caderno de viver (II)



…e naqueles dias em que o sol parecia iluminar recantos que nem ela sabia que existiam? Passeava a doçura que sentia no corpo pelas ruas da ternura. Sabia que o sol não era eterno, provavelmente nem duradouro. Sabia há muito que pedimos impossíveis, precisamente porque são impossíveis. O realizável reside em nós e começa na decisão do que queremos. Para ela, naqueles dias, era apenas aquele sol que lhe fazia pulsar o sangue no corpo, acelerado. No caderno escreveu só: “Hoje o sol brilhou. Por todo o meu corpo.”

16 comentários:

Afrodite disse...

uma delícia, o que escreves.

Levo-te esta pérola:
"Há golpes que a razão estanca
E qualquer brisa sem rumo reabre".

Um beijo

ruth ministro disse...

:)

Mil beijos

Stella Nijinsky disse...

Oi Maria Laura,

Muito obrigada pelo teu comentário certeiro!

Que a semente da alegria continue a transformar todos os dias em dias de sol, dias de calor, quer chova ou faça sol.

Admirável capacidade de absorver o calor do astro Rei, ainda que falte cumprir todos os impossíveis, ainda que seja preciso armazenar esse calor para quando venha a faltar.

A isso chama-se resistência, e à luta pelo realizável, preserverança.

Fico a aguardar mais páginas das tuas notas.

Beijo,

Stella

hfm disse...

O realizável reside em nós mas a imaginação não se cala.

un dress disse...

e entrou nas veias.

reinventadas.






beijO

~pi disse...

aconchegar aninhar

ir racionar.


vo ar ~

Manuel Veiga disse...

cálido o Sol. que brilha em todo o corpo.

admirável texto.

Berta Helena disse...

Encantas-me com as tuas palavras, com a forma como expões os teus pensamentos e com a sua beleza.

Um abraço, Maria Laura.

mena maya disse...

Palavras prenhes de poesia...
Que bom é ler-te, Maria Laura!

Ad astra disse...

bendito sol

Joana Roque Lino disse...

olá Maria Laura,
Onde se compram esses cadernos de viver ;)... ? Do teu belo viver... Um beijo, saindo tocada por tão belas palavras.

Oliver Pickwick disse...

"...Passeava a doçura que sentia no corpo pelas ruas da ternura..."
Lindo texto. E na fotografia, pela ausência de qualquer referencial do continente, apenas céu e mar, a gaivota parece voar pela eternidade.
Beijos!

Esquissos disse...

Olá Maria Laura

obrigada pela visita ao "Voas Comigo" e pelo comentário, mas sou apenas uma iniciante no mundo da escrita. Há algum tempo que leio os teus textos e tu sim, és uma escritora.

Bjinhos
Jane

Marinha de Allegue disse...

Disfruta dese sol brillante que te enche de enerxía...

Beijos brillantes.
:)

M. disse...

Quem dera o sol fosse sempre nosso amigo!

Ricardo disse...

e o calor fica na lembrança
pra dias frios, bem cinzas...