As viagens têm destes paradoxos. Há países e povos pelos quais nos apaixonamos, sem nenhuma razão evidente. Existem outros pelos quais, apesar da beleza e de aparentemente terem tudo para nos encantar, não conseguimos sentir nenhuma empatia em especial. Entre lagos e montanhas, a Suíça (particularmente a Suíça romande, onde estive) parece ter tudo para cativar quem lá vai. Verdadeiramente, as terras por onde andei têm a beleza que não nega todos os bilhetes postais a que estamos habituados, mas não consegui chegar a entender aquele povo nem a sentir-lhe a “pulsação” da vida. Um estranho povo “neutro” que defende o seu não-alinhamento no meio da Europa com unhas e dentes. Uma estranha nação, que comporta num território tão pequeno, gentes de influências tão diferentes em cantões tão autónomos (sem contarmos com os imigrantes que são tantos…). Um país para ricos, onde na verdade o dinheiro e os negócios (que a neutralidade facilita) são a mola real e o custo de vida é proibitivo. Enfim, talvez eu esteja apenas a dar largas aos meus preconceitos. Talvez nunca tenha gostado da palavra “neutro”… Quem sabe? Por agora, limito-me a recordar a razão que lá me levou e a beleza daquelas paisagens que saltaram do meu imaginário para a realidade e daí para a câmara, para passarem a ser as “minhas” paisagens da Suíça.
sexta-feira, maio 02, 2008
Assinar:
Postar comentários (Atom)
22 comentários:
Na realidade, o que torna um país verdadeiramente cativante são muito mais as suas gentes do que as suas paisagens.
Nunca fui à Suiça, mas gosto dos chocolates que me trazem de lá. :)
País demasiado acéptico para meu gosto. Belíssimo, contudo. Quanto ao Lago Léman espero lá estar dentro em breve mas do lado francês. Um abraço.
Cheguei há poucos dias de um lugar que me faz dizer que percebo o que dizes muito bem: há um meio de uma metade do médio oriente de que não gosto.
É...
Se calhar também não sou neutro.
:)
olá maria laura, conheço bem a suíça, gosto sobretudo da zona de lausanne e os alpes,do ar, leve, tento não me preocupar com questões políticas o que é muito fácil.bom fim de semana.
Admiro os relógios suíços, as belas paisagens e o famoso queijo.
No mais, desconfio daqueles que fazem da neutralidade uma porta para o fluxo e a legalização de boa parte do dinheiro sujo do mundo.
Um beijo!
sereno e calado
lago ... ~
Maria Laura a esta "tua" Suiça que aqui nos mostras, nada há a criticar!O lago, que por aqui se chama Genfersee, é lindo!
Não posso opinar quanto a impressões pessoais, pois a minha estadia na Suiça, limitou-se até agora a 2 horas de escala em Zurique, num voo entre Lisboa e Berlim.
Embora os neutros também me sejam um pouco suspeitos, pois "desbotam" geralmente para o lado que lhes convêm...
concordo contigo. também tive esse mesmo sentimento. um tremendo contraste entre a beleza natural do país e a frieza dos seus habitantes.
um beijo.
Belíssimo país, sim. Mas...asséptico. E aquele cheiro a dinheiro é quase obsceno.
Um abraço.
a "neutralidade" tem dessas coisas -
- não seduz, nem afasta. incomoda...
gostei saber-te de regresso.
beijos
Olá,
:) O teu comentário não tem preconceito algum e é muito pertinente. Só se compreende lá indo... O que tu aqui exprimes senti noutros países (cidades)europeus onde o "dinheiro" é o rosto visível e a respectiva porta de entrada. Têm uma beleza natural que contrasta com uma frieza característica... beijo.
Interessante comentário sobre um país vosotado.
Vou voltar mais vezes.
Anad
as tuas, sim... porque nós, portugueses, de "neutro" temos nada.
..
obrigada por as partilhares.
x
Há diversos que não se entendem, não obstante a belez que os envolve...
lagos com ovos azuis
aves ~
pequenos dragões alados
tão verdes
nos lagos :)
Não conheço a Suíça, mas conheço pessoas que lá estiveram e trouxeram uma impressão muito semelhante à tua.
Beijinhos, Maria Laura.
Não me parece que eles sejam tão neutros quanto aparentam. Nos momentos e assuntos que lhes dizem respeito manifestam-se. E há diferenças grandes entre os diversos cantões.
çok güzel site. :)
the book of life
A beleza só é verdadeiramente bela quando gostamos do todo. A neutralidade não lhe acrescenta beleza para quem não lida bem com o conceito. Ou será preconceito?
Gostei do texto.
Beijinhos
Parece-me realmente um lugar bonito.
=*
Tive, há anos, a mesma sensação: igual a folha de calendário ou envólucro de chocolate.
Na rua principal, há os subterrâneos do dinheiro do mundo.
Haverá descanso? Se se quiser ser neutro para fora; e descansar das guerras que nos parecem ao pé da porta, não sei.
Penso que sim.
Bj
Postar um comentário